É inquestionável o papel que a fonte solar desempenha no meio ambiente e na sustentabilidade do planeta. O Brasil representa 1% das emissões de gases de efeito estufa, e esse fato se dá pela matriz energética brasileira ser basicamente composta por fontes renováveis. A capacidade instalada da fonte solar fotovoltaica apresentou crescimento de 52,2% entre janeiro e outubro de 2022, saltando de 13,8 GW para 21,1 GW, mostrou um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Abolar)
A geração solar entregou nos últimos meses mais de 1GW de matriz elétrica, isso significa 1 usina de Itaipu a cada 1 ano e 6 meses, apontou Rodrigo Pedroso, Conselheiro Fiscal da Absolar, durante o Encontro Nacional da Absolar que aconteceu na última quinta-feira, 08 de dezembro. Pedroso ressaltou ainda que o número de empregos gerados na área já ultrapassou 670 mil vagas, “Sem dúvida é fundamental esse tripé de energia solar, meio ambiente e sociedade”, destacou.
Ainda com o foco no meio ambiente, Ricardo Baitelo, Gerente de Projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), trouxe o tema debatido na última COP27, que aconteceu em novembro, e quais serão os próximos passos para o futuro. Um dos temas discutidos é sobre a redução da temperatura do planeta, que precisa cair pelo menos 1,5°, só que essa conta não fecha. A guerra na Ucrânia é uma dessas lacunas, que fez voltar os olhos para o consumo energético daquela região e de outros países que precisaram manter ativas a energia gerada à carvão. “A geração solar é uma fonte de custo baixo, com retorno rápido, por isso tende a crescer cada vez mais”, destacou.
Os eventos climáticos extremos são cada vez mais graves e impactantes, e segundo Baitelo, o Brasil, apesar de todas suas fontes renováveis, não se saiu bem no cenário mundial, visto que o desmatamento segue crescendo desenfreadamente. “O Brasil não foi bem nos últimos 4 anos, retrocedeu, mas tem tudo para se recuperar”, destacou. Baitelo mencionou ainda a ideia sugerida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que irá pedir à ONU que a COP30, em 2025, seja realizada na Amazônia. “O governo eleito mostra bastante desempenho em continuar investindo em fontes renováveis e isso aumenta nossas expectativas para o futuro”, finalizou.
A importância da geração solar não fica somente no âmbito das energias limpas e da sustentabilidade com o meio ambiente. A crescente demanda desse setor abre diversas frentes de trabalho, no entanto, as vagas oferecidas às mulheres continuam sendo muito pequenas, se comparadas à contratação de homens. Segundo Fabiana Dias, Consultora da GIZ, a inclusão de mulheres nas energias renováveis ainda são pouquíssimas. Para Fabiana são diversas pautas que precisam ser abordadas, como os cursos profissionalizantes, que são as portas de entrada para o setor, as práticas ESG, entre outras. “Em todo esse crescimento, desenvolvimento, onde estão as mulheres nessas conquistas?”, destacou.